AS MULHERES REPRESENTAM CERCA DE 50% DA POPULAÇÃO MUNDIAL. Já imaginou a aceleração do crescimento económico se a sua participação no mundo do trabalho, na vida social e na política fosse mais equilibrada?

De acordo com o Womens´ Empowerment and Business Trends and Opportunities 2020, publicado pela BSR e pelo United Nations Global Compact, 68% dos líderes das empresas respondentes assumem publicamente compromissos com a igualdade de género, mas apenas 28% definem efetivamente objetivos e metas relacionadas com esse compromisso. Este gap mostra-nos que existe ainda um diferencial significativo entre o compromisso e a ação.

Todos conhecemos os benefícios que advêm da igualdade de género, contudo as decisões e ações organizacionais ainda têm um caminho a percorrer até alcançar esse objetivo. É uma transição complexa, mas necessária porque abre um longo leque de oportunidades e pode começar por um simples diagnóstico de género para conhecer o grau de maturidade da organização antes de assumir um compromisso mais alargado.

Conhecer o ponto de partida é um primeiro passo sólido para se desenharem objetivos de médio e longo prazo, pois a incorporação das questões de género nas estratégias e políticas requer uma mudança interna de abordagem, um business case, e sobretudo um ato de liderança. Depois é só definir a estratégia mais adequada ao contexto da organização para alcançar as metas definidas, que pode passar por capacitação interna, incorporação da perspetiva de género nas políticas internas, processos de tomada de decisão, auscultação entre outros mecanismos de gestão.

A Lei n.º 62/2017 apresenta o regime da representação equilibrada entre mulheres e homens nos órgãos de administração e de fiscalização das entidades do setor público empresarial e das empresas cotadas em bolsa e, no seu artigo 7º, estabelece que as entidades do setor público empresarial e as empresas cotadas em bolsa devem elaborar anualmente planos para a igualdade e publicá-los no respetivo sítio na Internet.